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A CURVATURA DO RÁDIO E A FRATURA DIAFISÁRIA

  • P.L.
  • 1 de dez. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 8 de dez. de 2020

Paciente de 23 anos, motoboy, sofreu uma queda da moto a caminho de uma entrega. Além da fratura da diáfise do rádio, mais sutilmente existe uma dissociação radio-ulnar distal associada, o que caracteriza essa lesão como uma fratura-luxação de Galeazzi.


Essas lesões são bem mais instáveis que a fratura da diáfise isolada devido à lesão distal da membrana interóssea e dos ligamentos da ARUD, e aqui a redução anatômica é o mínimo pra reduzir a ARUD. Isso é o motivo do raciocínio por trás desse caso.

A fixação primordial da diáfise do rádio sempre vai ser uma placa DCP ou LCDCP. Existem algumas formas de fazer com que essa fixação seja mais estável: parafusos bloqueados, uma placa mais longa, uma segunda placa menor em posição ortogonal, fixação da membrana interóssea ou fixação do complexo da fibrocartilagem triangular. Nesse caso preferimos usar uma placa mais longa que o tamanho tradicional de 6 furos, uma vez que não exige nenhum material ou técnica diferente do convencional.

Quanto ao acesso, sou a favor do Henry para quase todas as fraturas do rádio, exceto as do colo e da cabeça. Como pretendíamos usar uma placa de cerca de 8 ou 10 furos, optamos por um acesso extenso (o Henry completo) para deixar a área de trabalho mais confortável, além de ser uma boa oportunidade de aprendizado pros residentes que nunca tinham feito o acesso.





Às vezes a curva do rádio é grande e a fratura é no ápice da curva, como nesse caso. Assim até uma placa de 6 furos fica com o eixo de compressão medial ao eixo do rádio no local da fratura, o que é pior ainda quando tem uma falha da cortical medial, como nesse caso. Uma compressão excêntrica pendendo para o lado com uma falha cortical sempre causará desvio da fratura. Da mesma forma, tentar posicionar uma placa reta perfeitamente em um osso curvo pode gerar uma perda da curvatura do osso. O que muita gente não sabe é que é possível modelar a placa DCP 3.5mm com o modelador de mesa ou o alicate francês.





Depois da fixação, comparamos a imagem do punho com o lado contralateral, salva antes do início da cirurgia, e testamos sob estresse a articulação (pronossupinação e teste do baloteamento).






Link útil:

- Jesse Jupiter mostrando o acesso de Henry completo:


Obs: é possível operar 100% das fraturas diafisárias do rádio sem cortar o pronador redondo.

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