Pilão articular parcial e acesso anterolateral
- P.L.
- 17 de jan. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 19 de jan. de 2023
Paciente de 50 anos, com relato de trauma axial no tornozelo após pisar em um buraco na areia da praia, sofrendo uma fratura do pilão tibial. A paciente foi imobilizada no hospital de origem, e transferida com uma tala bota.
Nem todas as fraturas de pilão exigem a fixação provisória com um fixador externo. Em geral, se a fratura é de baixa energia e não tem um desvio do eixo, o fixador não é obrigatório. Nesse caso, apesar de sutil, existe uma translação anterior do tálus, o que gerou um edema de partes moles acima do normal, então um fixador externo teria sido útil em evitar isso e reduzir os riscos para as partes moles.

A TC confirma que a fratura é articular parcial. Essas fraturas, na maioria dos casos, são melhores fixadas com uma placa de suporte pra impedir o cisalhamento dos fragmentos. Nesse caso existem 3 fragmentos: o de Tillaux/Chaput, o anterior e o medial (os 2 últimos com uma fratura incompleta entre si).


A fratura era anterior. Dos acessos possíveis, a cirurgia poderia ser feita através do anteromedial, anterior ou anterolateral. O mais amplo é o anteromedial e suas variações, porém ele tem a desvantagem de haver pouca cobertura muscular por baixo da cicatriz. O acesso anterolateral ou o anteromedial modificado resolvem esse problema. Entre os 2, o anterolateral é o menos agressivo a partes moles, que já estão ligeiramente edemaciadas devido ao desvio anterior do tálus.
O acesso feito:

A fixação foi feita com placas de suporte e parafusos de tração para cada fragmento específico. Como o fragmento medial se soltou durante a redução dos demais, uma placa medial foi colocada de forma percutânea para fixá-lo. O resultado final:

A paciente ainda teve uma pequena deiscência de sutura, porém cicatrizou por segunda intenção devido a boa cobertura muscular, sem infecção.
Links úteis:
- Acessos ao pilão
- Acesso anterolateral
Comments